sábado, 22 de outubro de 2011

A impontualidade


Atrasada, estudante chora ao ver portão fechado em Brasília.
Pela enésima vez, leio essa manchete nos sites de hoje, apenas variando os locais e as datas: hoje foi em Brasília e mais algumas cidades, e nos próximos concursos e vestibulares acontecerá em outras cidades. Entre milhões de estudantes, é óbvio que alguns chegarão atrasados. Pelos motivos mais diferentes,  encontrarão os portões fechados e se seguirá o choro do desespero pelo compromisso perdido. Serão milhares de horas de estudo jogadas fora em questão de minutos. Esse é um dos preços que se paga pela mania brasileira da impontualidade. Os repórteres e jornalistas já sabem que essas situações de desespero sempre voltarão a acontecer, e por isso postam-se perto aos portões das escolas para flagrarem esses atrasadinhos de sempre. 
A notória impontualidade dos brasileiros faz com que sejamos os campeões de perdas: de dinheiro, de oportunidades, de negócios, de investimentos, de confiança e, acima de tudo, de competitividade. Em muitos casos, o resultado de desprezar a pontualidade acarreta para as empresas brasileiras os fantasmas da qualidade comprometida, prazos e compromissos ignorados, e produtos e serviços desacreditados.
Respeitar o tempo das pessoas é uma marca dos bem-educados. Nenhuma desculpa ou justificativa atenua o mal-estar causado por um retardatário. Pontualidade é fundamental no mundo dos negócios, pois nele o indivíduo representa toda uma corporação, e os seus atrasos afetam não só a sua própria imagem, como a da empresa onde trabalha.
Os pretextos e desculpas esfarrapadas já foram há muito tempo proscritos pelas pessoas minimamente inteligentes. Ninguém acredita em coisas do tipo: congestionamentos de trânsito, metrô enguiçado, falta de estacionamento, pneu furado. Quando se adota a antecedência necessária, não se chega atrasado a lugar nenhum, pois o trânsito se comporta de maneira previsível.
Quando o assunto é uma reunião, chegar atrasado fará com que você tenha vários transtornos. O primeiro é capitalizar a antipatia do líder, pois você o desconcentra e interrompe a condução do assunto. O segundo é que você não tem tempo de conhecer e identificar os participantes nem saber o seu nível de decisão. Além disso, você fica em posição de desvantagem por ignorar quanto do assunto já foi tratado.
É bom lembrar: a pontualidade é a cortesia dos reis e obrigação dos educados. Ou: está atrasado? Acorda mais cedo.



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