Som nos carros

O uso abusivo de som nos carros, esses que perturbam o ambiente e as pessoas que circulam e vivem a vários metros de distância, deveria ser coibido com maior rigor. Os médicos confirmam que, a partir de 60 a 80 decibéis o som prejudica o tímpano e outras estruturas do aparelho auditivo, podendo levar a graus variáveis de surdez. Além disso, invariavelmente a qualidade das músicas é de gosto muito duvidoso, para não dizer sofrível. Sabe-se que o direito de alguém vai até o direito do outro: se alguém tem o direito de fazer barulho, o outro tem o direito de não querer escutar aquilo. E é óbvio, como é natural na idade em que esses jovens tentam "aparecer" na sociedade, que a intenção é de puro exibicionismo, tal qual o pavão abre a sua cauda colorida para atrair a fêmea. A diferença, já que nos consideramos homo sapiens, é que atitudes como as dos jovens barulhentos incomodam as pessoas, atrapalham o diálogo, confundem os transeuntes e só fazem a perturbação do ambiente.

Sempre obedecendo e respeitando a liberdade de cada um, uma solução interessante seria permitir que o candidato a DJ motorizado pudesse exercer a sua poluição musical, desde que confinado em seu próprio ambiente. Isto é: som alto nos carros, somente com os vidros dos carros fechados. Então teríamos som nos carros, e não som dos carros, como agora acontece.