Apesar do nome estranho que serve como título deste post, quem entende o idioma alemão sabe que se trata do queijo cozido, uma iguaria trazida pelos imigrantes alemães e que perdura na nossa região, o Vale do Itajaí. Há um movimento para que essa tradição da culinária germânica se transforme em Patrimônio Imaterial, assim como já é a dança do Frevo (Pernambuco), e o queijo de Minas (Minas Gerais). O Kochkäse foi uma das especialidades de minha avó, Stephanie Hardt Schroeder, cuja habilidade no seu preparo era digna de manifesta arte. O modo artesanal como era feito o leite coalhado (após dois a três dias de espera), depois aquecido e mexido com colher de pau, e enfim depositado num saco de pano para escorrer o soro do queijo, era um ritual que adorava acompanhar na minha infância. Após mais dois ou três dias de espera para que o queijo atingisse uma cor amarelada, chegava o dia de terminar o seu preparo, colocando-o numa frigideira até derreter e ficar com uma aparência semelhante ao requeijão. O Kochkäse, assim derretido e ainda quente, colocado sobre um pão fresco, é uma delícia difícil de mensurar. Também minha mãe, Asta Schroeder Nagel, repetiu esse ritual gastronômico por muitas vezes. É bom saber que esse produto poderá tornar-se um Patrimônio Imaterial do Brasil, facilitando e contribuindo para que essa iguaria não se perca, no futuro, como tantas outras preciosidades que os modernismos às vezes fazem questão de colocar no esquecimento.
Em Indaial e cidades circunvizinhas do Vale do Itajaí, ainda se encontra com frequência o queijo cozido, especialmente nas feiras coloniais. Ainda bem...
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