sábado, 11 de abril de 2009

Fator da discórdia


Às vezes, só às vezes, muito me admiro da criatividade dos brasileiros para saírem das crises muitas vezes criadas por eles próprios. Uma dessas criações geniais é a fórmula que calcula o tal "fator previdenciário", que reduz substancialmente o benefício, já que ele leva em conta a idade em que o trabalhador vai se aposentar, o tempo de contribuição, e a respectiva taxa de sobrevida. Assim, quanto menor a idade do segurado no momento de pedir a aposentadoria, menor será o valor do benefício. Tudo para conter, obviamente, o déficit previdenciário, um elefante branco que não surgiu expontâneamente.
Hoje, no Brasil, busca-se fórmulas mais adequadas, mais justas e decentes, para pagar sem humilhar aos brasileiros que contribuíram com seu trabalho e suor para a construção desse país. Veja, por exemplo, as fórmulas mais simples e honestas do Deputado Federal Pepe Vargas e do Senador Paulo Paim, no desenho acima. Claro, há que se considerar a capacidade do órgão pagador, mas também há que se considerar, com critérios de mesmo peso, os merecimentos de quem recebe o benefício.
Voltando à frase que inicia este post, fiquei pasmo com a fórmula atualmente em vigor para calcular o Fator Previdenciário, um autêntico composée de letras, números e de matemática, criado por algum iluminado de Brasília pomposamente instalado numa sala refrigerada e acarpetada, sem dúvida candidato a algum Prêmio Nobel...
E o trabalhador que se liche.

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