sábado, 16 de abril de 2011

Os templos do futebol


O título acima não pretende ser específico ao futebol, mas é muito mais visível e comum neste esporte de projeção nacional. Refiro-me aos gestos e palavras dos jogadores que conseguem atingir a meta desejada, ou seja, o gol e também jogadas excepcionais. Quase que instintivamente, erguem os braços aos céus, fazem o sinal da cruz, e repetem exaustivamente que o fato aconteceu pela intervenção divina... Ora, fico matutando comigo mesmo como fica a situação do adversário, já que uma entidade divina "ajudou" determinado jogador, mas ao mesmo tempo "prejudicou" o jogador adversário! Além de não fazer sentido essa discriminação, considero uma falta de ética profissional dizer nos microfones que "Deus me ajudou", ou que o gol aconteceu "graças a Deus", em detrimento do seu companheiro que foi "prejudicado" pelo.. Satanás? E mais: como fica o respeito pelas demais religiões, e aos que não as tem? 
Em jogos internacionais com a chancela da FIFA, essas manifestações de cunho religioso já estão oficialmente banidas, assim como as inscrições nas camisas, etc. A nível nacional, há um caminho longo a ser percorrido, pois o Brasil vangloria-se por ser um país eminentemente religioso, e qualquer proibição seria muito mal aceita e interpretada.    
De qualquer forma, essas manifestações religiosas no esporte precisam ser melhor avaliadas e discutidas com a sociedade, pois os cidadãos vão aos estádios para assistir a um esporte, e não a pregações em um templo religioso. Estão confundindo os estádios com os templos, talvez advindo da expressão, cunhada há vários anos, que dá o título a este post.

Nenhum comentário:

Postar um comentário