domingo, 29 de agosto de 2010

Eleitor bem informado vota melhor


Já que no Brasil o ato de votar é obrigatório, assunto esse que pretendo dissecar brevemente, é imprescindível que o eleitor se informe profundamente sobre os candidatos, suas idéias, seus conceitos, suas intenções, e tantos outros parâmetros importantes para influenciar a escolha acertada para votar conscientemente. Na atual conjuntura eleitoral, não vejo muita importância estratégica para optar por um partido político, pois nos últimos anos as siglas partidárias são apenas nomes diferentes para agremiações sem ideologia própria. Foram-se os tempos em que cada partido político defendia um conceito, tinha uma visão e uma missão com o futuro do país. Hoje a miscelânea de acordos fechados dentro de quatro paredes e no lado escuro da ética tornam a arte de votar um simples momento de, obrigatoriamente, apertar os botões da urna eletrônica.
De qualquer forma, obedecendo às leis em vigor, a cultura e informação políticas do eleitor são muito importantes nos destinos de uma democracia.
Resta-nos a procura pelos dados relevantes, que podemos obter através dos meios de comunicação disponíveis: rádio, televisão, internet, jornais, e as saudáveis discussões com pessoas interessadas no assunto.
A revista VEJA, por exemplo, abriu uma página específica sobre a história política republicana do Brasil, estando já disponível a Região Sul, no endereço http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/a-historia-politica-do-brasil-republicano-regiao-sul.
Especificamente sobre o estado de Santa Catarina, lê-se: "Marcada por enredos shakespearianos, a história política de Santa Catarina girou durante décadas em torno de dois clãs que disputaram o controle político do estado ao longo do século XX. Aliados num primeiro momento, a rivalidade entre os Konder e os Ramos resultou de um mal-sucedido caso de amor. A desavença começou quando Vitor Konder terminou o noivado com Ruth Ramos, irmã de Nereu Ramos, a poucos meses do casamento. O prólogo do drama é resumido pelo ex-governador Jorge Konder Bornhausen, num trecho da sua biografia: “O noivado de Victor e Ruth ia muito bem até que, um belo dia, Marcos Konder, irmão mais velho, viaja inesperadamente a Lages para uma grave comunicação ao coronel Vidal, pai de Ruth e a quem seu irmão Victor havia pedido a mão da namorada de forma cerimoniosa e festiva. A mensagem que Marcos Konder leva ao Coronel Vidal é curta e conclusiva: Victor pede dispensa do compromisso matrimonial assumido e manda dizer que não pretende mais casar com Ruth. Victor não alegava motivo, era uma decisão de foro íntimo”.A ruptura amorosa desdobrou-se na ruptura política. As famílias – que conviviam no Partido Republicano Catarinense (PRC) – se dividiram em duas siglas. Os Ramos se abrigaram no Partido Social Democrático (PSD) e os Konder Bornhausen na União Democrática Nacional (UDN). Graças às estreitas relações com Getúlio Vargas, os Ramos dominaram a política regional até o fim do Estado Novo. Com o fim da ditadura, os dois partidos passaram a alternar-se no poder.Nereu Ramos, presidente do Senado desde 1954, assumiu a presidência interina no bojo da crise de novembro de 1955, desencadeada pela saída de João Café Filho, vice-presidente que havia tomado posse depois do suicídio de Getúlio Vargas. Ao internar-se por problemas de saúde, foi substituído pelo presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, que imediatamente montou um ministério com partidários da UDN e demitiu o ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott. A suspeita de que estaria em andamento um plano para impedir a posse de Juscelino Kubitscheck, fez com que o general Lott depusesse Luz e o substituí-se pelo presidente do Senado. Essa sequência de acontecimentos fez de Nereu Ramos o único catarinense a ocupar a Presidência da República.O bipartidarismo instaurado em 1966 pelo golpe militar acabou juntando os clãs na Aliança Renovadora Nacional (Arena). A escassez de herdeiros tão talentosos quanto os ancestrais fez com que a influência dos Ramos minguasse na Arena. Hoje, os Konder Bornhausen, embora exerçam com menor intensidade o poder político que tiveram, ainda são representados na Câmara por Paulo Roberto Bornhausen, neto de Irineu Konder Bornhausen e filho de Jorge Konder Bornhausen".

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