O mais tradicional estabelecimento de ensino de Indaial, localizado no centro da cidade, foi o berço educativo de muitos cidadãos indaialenses. Esta escola foi criada em 01 de setembro de 1934, e passou para o prédio atual em 25 de julho de 1937. Fiz o ensino primário e dois anos do ginasial neste educandário. Tenho mil e uma lembranças das boas lições e dos bons colegas que tive naqueles seis anos iniciais da minha carreira educacional, além das inesquecíveis professoras (não tive nenhum professor naquele período). Mas, pensando bem, nunca me foi esclarecido sobre a personalidade que deu nome à escola: Raulino Horn. Com a facilidade que a internet nos permite acessar informações desse tipo, passo aos internautas visitantes a biografia que busquei num site de Laguna, http://www.coracional.com/, já que Raulino Júlio Adolfo Horn é lagunense de nascimento.
Descendente do Conde Gustavo Adolfo Horn e de Cristina Lange, da nobreza sueca, seus avós paternos, Raulino Júlio Adolfo Horn, nascido a 1o de julho de 1849 em Laguna-SC., era filho, em segundas núpcias, de Eduardo Gottlieb Horn, este natural da Prússia, e da lagunense Claudina Bernardina de Oliveira Medeiros. Seu Pai, que era farmacêutico, viera de Portugal para o Brasil no séqüito da Imperatriz D. Leopoldina da Áustria, mulher de D. Pedro I, 1º Imperador do Brasil e IV de Portugal. Com 17 anos de idade e órfão, Raulino Horn viajou para a capital do país, onde ficou alojado no Hospital da Marinha, durante o tempo em que estudou Botânica e Farmácia na antiga Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Terminado seu curso, regressou a Santa Catarina trazendo consigo os ideais republicanos de Saldanha Marinho, Quintino Bocaiúva e tantos outros. Dedicou-se, com seu labor, à indústria farmacêutica legada por seu genitor, levando-a a uma alta prosperidade. Com sua mão dadivosa, espalhou sempre pela pobreza uma grande soma de benefícios, quando se viu chamado para o desempenho de funções políticas que o seu passado lhe impunha. Ele, com outros próceres, fundara na antiga Desterro, em 27 de junho de 1884, o Partido Republicano, de onde se irradiava a propaganda das novas doutrinas em nossa terra, e o Clube Abolicionista, cabendo-lhe ocupar a presidência de ambos por largos anos.
Não obstante sua ascendência fidalga, foi sempre um democrata convicto, pugnando, desde a sua mocidade, pela implantação da República e abolição da escravatura. Homem de inteligência marcante, estudioso e culto, escreveu diversos artigos para o jornal “Evolução”, órgão divulgador das idéias abolicionistas e republicanas, batendo-se, com destemor, pelo advento dessas grandiosas causas. Vitoriosa a campanha chefiada pelo Marechal Deodoro da Fonseca, coube-lhe a honrosa e histórica missão de proclamar das escadas do Partido Republicano, em 17 de novembro de 1889, a adesão de Santa Catarina ao novo regime e de receber, em companhia do General Alexandre Bayma e do Coronel Rego de Barros, o governo da Província das mãos de Oliveira Bello, ocasião em que foi escolhido chefe do governo revolucionário de sua terra natal, motivo porque pode-se dizer que foi ele, virtualmente, o 1º governador republicano de Santa Catarina. Decorridos 10 dias de sua investidura, grave crise surgiu no seio da Junta Governativa. Alguns de seus membros pretendiam demitir vários funcionários públicos pela simples razão de terem pertencido ao Partido Liberal da extinta Monarquia. Usando de sua serenidade, prudência, equilíbrio e sendo de justiça, Raulino Horn fez sentir que a nova forma de governo não se instituiu para dar repasto a ressentimentos, ódios e injustiças. Deviam ser esquecidas as lutas havidas entre os partidos monárquicos, negando-se a assentir em vinganças e enfatizando que deviam ser mantidos em seus cargos todos quantos, lealmente, houvessem servido à causa pública, sem qualquer distinção partidária. Desatendido, telegrafou ao Governo Provisório pedindo a nomeação de outros representantes para substituí-lo na chefia do Estado. Consultou-o, então, Aristides Lobo, Ministro da Justiça, sobre o nome de Lauro Müller, indicação que lhe mereceu aplausos e esta histórica resposta: “Lauro Müller é muito jovem, mas a República também é muito menina”. Lauro Müller, realmente, contava, naquela época, 25 anos de idade, e a 2 de dezembro de 1889 esse ilustre catarinense ascendeu ao governo de Santa Catarina, sendo Raulino Horn, pouco depois, em 12 de abril de 1890, nomeado vice-governador do Estado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Realizadas, porém, eleições para o senado da República, Raulino Horn foi eleito Senador por maior número de sufrágios, conquistando o mandato por 9 anos, ficando em 2o e 3o lugares Esteves Júnior e Luiz Delfino, também eleitos, mas com mandatos de menor tempo. Na 1a Constituinte Republicana, integrou a Comissão de Redação e, noutra legislatura, figurou como 4o Secretário da Mesa do Senado. Quando houve a substituição de Lauro Müller no Governo do Estado, Raulino Horn, que se achava no Rio de Janeiro, foi convidado pelo Marechal Floriano Peixoto, na presença dos representantes federais de Santa Catarina, a vir sucedê-lo na governança do Estado. Declinou do convite e sugeriu o nome de Felipe Schmidt, recusado pelo “Marechal de Ferro” sob pretexto de não querer um militar e sim um civil na direção de Santa Catarina. Terminado seu mandato de Senador, o Marechal Floriano, ciente de que Raulino Horn não pretendia disputar sua reeleição, mandou oferecer-lhe qualquer comissão ou embaixada que desejasse representar na Europa, oferta que também recusou, já que seu propósito era voltar à sua terra natal. Sua vaga de Senador, ocupou-a Lauro Müller, posteriormente. De volta a Santa Catarina e dando mostras de sua desambição por altos cargos da República, foi eleito Deputado, em 1919, para o Congresso Representativo do Estado e escolhido, por unanimidade de seus colegas, para ocupar a presidência dos trabalhos legislativos. Tempos depois, quando se deu a vaga de Senador, deixada por Hercílio Luz, o qual fôra eleito Governador do Estado, Raulino Horn teve seu nome novamente indicado pelo Partido Republicano para a Senatória, indicação que voltou a recusar, porque preferia, como alegou, ficar ao lado do seu grande amigo, Hercílio Luz, na condição de seu vice-governador. Raulino Horn ocupou também uma cadeira na Câmara Municipal, tendo sido seu presidente, e mais tarde, Prefeito da cidade. Como Presidente do Congresso Estadual e como Vice-Governador, quer de Lauro Müller, quer de Hercílio Luz, teve oportunidade de dirigir o Estado prestando assinalados serviços públicos. Na qualidade de Deputado Estadual, faleceu Raulino Horn em Florianópolis, a 26 de setembro de 1927, durante o Governo de Adolfo Konder, que lhe prestou honras de Governador de Estado, cercado do carinho, admiração e respeito de seus inúmeros amigos e concidadãos. Além de político emérito, Raulino Horn, dedicou-se também à indústria farmacêutica, continuando a obra deixada por seu pai e fundando a tradicional Farmácia e Drogaria Rauliveira, hoje extintas. Como botânico, escreveu diversas obras, sendo-lhe atribuída a expressão: “Ser bom brasileiro, é dar uma semente à terra”. Com o centenário de seu nascimento, ocorrido em 1o de julho de 1949, foram feitas preleções sobre sua personalidade em todos os grupos escolares do Estado, bem como prestadas significativas homenagens pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Na Câmara Federal de Deputados, foram-lhe igualmente tributados merecidos louvores, naquela oportunidade. E no Senado Federal, em sessão especial, sob a presidência de Nereu Ramos, o líder do governo, Senador Ivo D’Aquino, fez o panegírico daquele ilustre catarinense, assinalando:
Não obstante sua ascendência fidalga, foi sempre um democrata convicto, pugnando, desde a sua mocidade, pela implantação da República e abolição da escravatura. Homem de inteligência marcante, estudioso e culto, escreveu diversos artigos para o jornal “Evolução”, órgão divulgador das idéias abolicionistas e republicanas, batendo-se, com destemor, pelo advento dessas grandiosas causas. Vitoriosa a campanha chefiada pelo Marechal Deodoro da Fonseca, coube-lhe a honrosa e histórica missão de proclamar das escadas do Partido Republicano, em 17 de novembro de 1889, a adesão de Santa Catarina ao novo regime e de receber, em companhia do General Alexandre Bayma e do Coronel Rego de Barros, o governo da Província das mãos de Oliveira Bello, ocasião em que foi escolhido chefe do governo revolucionário de sua terra natal, motivo porque pode-se dizer que foi ele, virtualmente, o 1º governador republicano de Santa Catarina. Decorridos 10 dias de sua investidura, grave crise surgiu no seio da Junta Governativa. Alguns de seus membros pretendiam demitir vários funcionários públicos pela simples razão de terem pertencido ao Partido Liberal da extinta Monarquia. Usando de sua serenidade, prudência, equilíbrio e sendo de justiça, Raulino Horn fez sentir que a nova forma de governo não se instituiu para dar repasto a ressentimentos, ódios e injustiças. Deviam ser esquecidas as lutas havidas entre os partidos monárquicos, negando-se a assentir em vinganças e enfatizando que deviam ser mantidos em seus cargos todos quantos, lealmente, houvessem servido à causa pública, sem qualquer distinção partidária. Desatendido, telegrafou ao Governo Provisório pedindo a nomeação de outros representantes para substituí-lo na chefia do Estado. Consultou-o, então, Aristides Lobo, Ministro da Justiça, sobre o nome de Lauro Müller, indicação que lhe mereceu aplausos e esta histórica resposta: “Lauro Müller é muito jovem, mas a República também é muito menina”. Lauro Müller, realmente, contava, naquela época, 25 anos de idade, e a 2 de dezembro de 1889 esse ilustre catarinense ascendeu ao governo de Santa Catarina, sendo Raulino Horn, pouco depois, em 12 de abril de 1890, nomeado vice-governador do Estado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Realizadas, porém, eleições para o senado da República, Raulino Horn foi eleito Senador por maior número de sufrágios, conquistando o mandato por 9 anos, ficando em 2o e 3o lugares Esteves Júnior e Luiz Delfino, também eleitos, mas com mandatos de menor tempo. Na 1a Constituinte Republicana, integrou a Comissão de Redação e, noutra legislatura, figurou como 4o Secretário da Mesa do Senado. Quando houve a substituição de Lauro Müller no Governo do Estado, Raulino Horn, que se achava no Rio de Janeiro, foi convidado pelo Marechal Floriano Peixoto, na presença dos representantes federais de Santa Catarina, a vir sucedê-lo na governança do Estado. Declinou do convite e sugeriu o nome de Felipe Schmidt, recusado pelo “Marechal de Ferro” sob pretexto de não querer um militar e sim um civil na direção de Santa Catarina. Terminado seu mandato de Senador, o Marechal Floriano, ciente de que Raulino Horn não pretendia disputar sua reeleição, mandou oferecer-lhe qualquer comissão ou embaixada que desejasse representar na Europa, oferta que também recusou, já que seu propósito era voltar à sua terra natal. Sua vaga de Senador, ocupou-a Lauro Müller, posteriormente. De volta a Santa Catarina e dando mostras de sua desambição por altos cargos da República, foi eleito Deputado, em 1919, para o Congresso Representativo do Estado e escolhido, por unanimidade de seus colegas, para ocupar a presidência dos trabalhos legislativos. Tempos depois, quando se deu a vaga de Senador, deixada por Hercílio Luz, o qual fôra eleito Governador do Estado, Raulino Horn teve seu nome novamente indicado pelo Partido Republicano para a Senatória, indicação que voltou a recusar, porque preferia, como alegou, ficar ao lado do seu grande amigo, Hercílio Luz, na condição de seu vice-governador. Raulino Horn ocupou também uma cadeira na Câmara Municipal, tendo sido seu presidente, e mais tarde, Prefeito da cidade. Como Presidente do Congresso Estadual e como Vice-Governador, quer de Lauro Müller, quer de Hercílio Luz, teve oportunidade de dirigir o Estado prestando assinalados serviços públicos. Na qualidade de Deputado Estadual, faleceu Raulino Horn em Florianópolis, a 26 de setembro de 1927, durante o Governo de Adolfo Konder, que lhe prestou honras de Governador de Estado, cercado do carinho, admiração e respeito de seus inúmeros amigos e concidadãos. Além de político emérito, Raulino Horn, dedicou-se também à indústria farmacêutica, continuando a obra deixada por seu pai e fundando a tradicional Farmácia e Drogaria Rauliveira, hoje extintas. Como botânico, escreveu diversas obras, sendo-lhe atribuída a expressão: “Ser bom brasileiro, é dar uma semente à terra”. Com o centenário de seu nascimento, ocorrido em 1o de julho de 1949, foram feitas preleções sobre sua personalidade em todos os grupos escolares do Estado, bem como prestadas significativas homenagens pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Na Câmara Federal de Deputados, foram-lhe igualmente tributados merecidos louvores, naquela oportunidade. E no Senado Federal, em sessão especial, sob a presidência de Nereu Ramos, o líder do governo, Senador Ivo D’Aquino, fez o panegírico daquele ilustre catarinense, assinalando:
“Homem de estudo, de ciência e ao mesmo tempo industrial e comerciante, Raulino Horn procurou dedicar sua inteligência e seu esforço às atividades que sempre o encantaram desde a mocidade. Os homens públicos, porém, não se pertencem, principalmente quando tem a construção moral e a personalidade de um Raulino Horn.”
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